Elas descobriram no ciclismo um novo estilo de vida e agora, com suas bicicletas, mostram sua força e as belezas do Juruá
Por Marcy Bezerra / Correspondente Acre Pedal no Juruá.
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Grupo de ciclismo feminino do Juruá. Foto: Reprodução. |
Nada é mais forte e admirável que uma mulher que sabe o que quer e não tem medo de ser quem é, uma mulher forte sabe que cada obstáculo é uma oportunidade de aperfeiçoamento e crescimento e é dessa forma que as rainhas do ciclismo enxergam a vida. Adaize Tomé, 32 anos, pratica o ciclismo com frequência desde 2016 e para ela “esse esporte entrou na minha vida como um hobby, sempre gostei de pedalar desde criancinha, lembro que ganhei a minha primeira bicicleta do meu pai com uns 6 anos e usei ela até ficar perdida para o meu tamanho. Sempre gostei de pedalar, na verdade, eu nunca gostei de atividade física, porém encontrei no ciclismo minha atividade favorita”.
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Adaíze diz que começou a pedalar por Hobby. Foto: Arquivo pessoal da ciclista |
“Comecei a pedalar mais “profissionalmente” em 2016 em um grupo de amigas, desde então não parei mais. Pedalar para mim é terapêutico. Sabe aquele dia que não estamos muito bem, precisando de um colo, um amigo pra jogar conversa fora? Então, nesses dias, subo na bike e saio, parece que os problemas desaparecem. Só quem pedala sabe, o que estou falando. É algo mágico!”
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Adaíze com sua MTB scarlate. Foto: Arquivo pessoal da ciclista. |
Alem de uma boa terapia, Adaíze afirma que o ciclismo trouxe muitas mudanças na rotina e “fiz várias amizades que levarei pra vida. Altas aventuras, participei de campeonato, me desafiei saindo de Cruzeiro do Sul interior do Acre até Tarauacá, também interior do Acre, foram 229km mais sofridos da minha vida rsrs, mais com uma sensação tão boa de EU CONSEGUI! O ciclismo é libertador e se eu puder dar um conselho pra quem busca saúde, qualidade de vida e alegria, eu diria PEDALEM!”
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Adaíze também participou de uma das maiores competições de MTB da região norte, o AcreRace. Foto: Reprodução. |
Para Ana Glaucia Pereira, servidora pública estadual “o ciclismo além de um esporte é uma terapia e seu grupo nasceu a quase dois anos quando uma colega foi incentivando a outra e até hoje se reúnem para desafiarem a ir cada vez mais longe através do Pedal.”
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Ana Glaucia registrando seu pedal até o Rio Croa - Em Cruzeiro do Sul - Importante local turístico da região do Juruá. Foto: Arquivo Pessoal.
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BR-364, próximo ao Rio Croa, em Cruzeiro do Sul. Foto: Reprodução.
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Ciclismo, arte, lazer e muita diversão. Foto: Arquivo Pessoal/Ana Glaucia. |
Com 40 anos e com um corpo invejável, Williane Martins, mestre Doutora em Agronomia, ciclista de Moutains Bike, conta que “comecei a pedalar no início da pandemia em 2020, onde tudo estava fechado, academias, encontros sociais e estávamos enfrentando aquele momento que deixava todos apreensivos, e foi aí que decidi pedalar. Olhei para minha bicicleta Caloi que já tenho a quase 20 anos e estava enferrujando no fundo do quintal e decidi começar todos os dias pelas 05h30 da manhã, era o melhor horário que tinha devido as demandas que tenho com meus filhos e casa”.
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Williane Martins com sua bicicleta de estrada Ridley. Foto: Arquivo Pessoal. |
As mudanças na vida e rotina de Williane foram nítidas após intensificar as atividades no ciclismo. “ Com o tempo comecei evoluir, ficar menos estressada, as atividades no pedal começou melhorar não somente minha saúde mental, como também a física, e o ciclismo virou um esporte que não era somente para fugir da loucura pandêmica, virou qualidade de vida e foi aí que comecei a estudar mais sobre ciclismo, bicicleta em si, fiz conexão e amizades com pessoas de todo o Brasil que também pratica essa modalidade e super me identifiquei com o esporte.
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O MTB também é uma boa opção para quem quer desbravar a região do Juruá. Foto: Reprodução. |
Para a doutora em agronomia, o ciclismo motiva a desafiar seus limites e ir além e a quebrar paradigmas. “As pessoas veem o ciclismo como atividade para homens devido ao fato de ser uma atividade que exige forças, coragem, porém acredite mulher, você é mais forte do que pensa e o ciclismo veio para me provar isso, eu sempre amei aventura, chuva, trilha e mesmo diante dos percalços durante as atividades eu jamais desisti de ir além. Já são três anos pedalando, inclusive já participei de campeonatos na cidade de Rio Branco no Acre e consegui completar a prova. Para as mulheres nesse dia em que se comemora a nós eu quero dizer que o ciclismo é exatamente a prova de que somos fortes e que não existe limites para nossa força!
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Para a doutora em agronomia, o ciclismo motiva a desafiar seus limites e ir além e a quebrar paradigmas. Foto: Arquivo pessoal. |
A bicicleta ocupa um lugar ímpar, traz ao seu redor uma nova prática: o ciclismo marca no que se refere a uma nova postura e presença social das mulheres, percebe-se que é simultaneamente celebrada (por marcar os 'novos tempos', por potencializar a 'beleza dos espetáculos modernos' e por ser entendida como garantia do caráter de probidade das 'novas diversões') e a quebra da centralidade da figura masculina na definição dos rumos da sociedade) e assim potencializando à participação e pública feminina, bem como as tensões na busca de rompê-los.
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Williane Martins diz que o ciclismo traz qualidade de vida. Foto: Reprodução. |
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Grupo de ciclistas do Juruá. Foto: Reprodução.
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Por Acre Pedal.
Texto e reportagem: Marcy Bezerra
Correspodente no Juruá